Editorial

Apenas um sim

A matéria assinada por Helena Schuster na página 10 da edição desta segunda-feira (4) do DP evidencia o potencial que uma palavrinha tão comum no nosso dia a dia, de apenas três letras, pode causar. O sim para a doação de órgãos muda a vida de alguém, de uma família e até de uma comunidade, como o caso dos dois transplantados mencionados na reportagem, que agora dedicam sua vida a conscientizar sobre a importância desse gesto.

Esse mês de setembro é voltado a essa conscientização. Importante, já que é um debate que precisa estar aceso na sociedade todos os dias. Por mais dolorido que seja, é essencial entrar nos lares, já que, como diz o jargão, a morte é a única certeza na vida. É ruim discutir isso com os familiares, sabemos, mas essa breve conversa pode mudar outras tantas vidas. Cada doador pode salvar até oito pessoas! Imagine, mesmo com a dor da morte, é possível seguir fazendo o bem, gerando sorrisos. É, no fim das contas, um encerramento bonito para uma passagem tão breve como a que temos por aqui.

O caso do apresentador de TV Fausto Silva é exemplar para ressaltar a celeridade com que os processos andam quando o sim é dito. Dada à fama do paciente envolvido, houve até quem questionasse de forma leviana a lisura da doação. Felizmente, profissionais e entidades vieram a público para esclarecer como funciona todo o trâmite. A rapidez com que Faustão obteve seu novo coração, em pouco mais de uma semana na fila, se deu devido ao seu porte físico avantajado e tipo sanguíneo raro. Ou seja, em um resumo rústico, havia "pouca concorrência".

Em sua primeira declaração pública, Fausto Silva dedicou-se a agradecer a todos que envolvem-se no processo. Uma das figuras mais conhecidas do País, é essencial que ele faça esse papel e mostre a importância desse gesto tão simples. Também é necessário que a sociedade amadureça para a discussão sobre facilitar o caminho para isso. Ao contrário de precisar do sim para doar, a doação ser compulsória e, caso não haja a intenção de fazê-la, dizer o não. Ou seja, o contrário do que se faz hoje. Trabalhar com o potencial de salvar vidas deve nortear todo debate da sociedade por si só. Quando um tem tamanha chance, deve ser uma prioridade. Urgente.


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